Jorge Lee

Jorge Lee nasceu em 1960 em Portugal e cedo se tornou um guitarrista de génio e versátil, transitando com fluidez entre o jazz, o rock e o ensino musical. Após os estudos iniciais de guitarra, frequentou a Academia de Amadores de Música em Lisboa. Prosseguiu posteriormente os seus estudos no Hot Clube de Portugal, sob a orientação do pedagogo de jazz Zé Eduardo. Em paralelo, desenvolveu formação privada com o compositor e musicólogo Fernando Lopes Graça, aprofundando assim um sentido estético que passou do mainstream ao contracultural.

Na sua vertente de execução, Jorge Lee integrou grandes nomes da música portuguesa. Colaborou com o fadista Carlos do Carmo, bem como com a banda experimental Banda do Casaco e o trio Trio Odemira (entre muitos outros). A intersecção entre fado, jazz e rock aparece assim naturalmente no seu percurso, revelando uma versatilidade rara.

Mas talvez o marco mais simbólico do seu percurso artístico tenha sido a criação da banda pioneira de punk-rock em Portugal, Os Faíscas, formada em 1977 em Lisboa, da qual Jorge Lee foi guitarrista fundador. Com esta banda, contribuiu para a chegada da energia punk ao território português, numa atitude de ruptura que complementa o seu perfil de músico e formador.

No plano pedagógico, Jorge Lee foi o fundador da escola Interartes (Cascais, desde 2005) — um espaço dedicado ao ensino musical de excelência, com um enfoque multimodal que combina formação técnica de instrumento, improvisação, tecnologia musical e criatividade pedagógica. Como director e professor, tem promovido nas gerações mais jovens o espírito de descoberta e liberdade artística que marcou a sua própria trajectória.



Na missão da Interartes — oferecer ensino musical de excelência, adaptado às realidades contemporâneas, com base sólida nos fundamentos instrumentais, teóricos e técnicos — Jorge Lee assume o papel de elo entre tradição e modernidade. A sua trajectória mostra aos alunos da escola que o domínio técnico da guitarra (ou de qualquer instrumento) pode andar de mãos dadas com atitude artística, espírito de inovação e abertura a múltiplos géneros. O facto de ter vivido tanto as experiências do jazz, da música erudita, do rock e do punk permite-lhe oferecer uma visão alargada que serve de inspiração para um percurso de aprendizagem diversificado e ambicioso.

Estilo e contributo pedagógico

  • A sua formação heterogénea — entre jazz, composição erudita e rock de atitude — confere-lhe uma abordagem de ensino plural e culturalmente rica.

  • Na Interartes promove a fusão entre rigor técnico e espírito exploratório, incentivando os alunos a desenvolverem competências (instumentais, teóricas e criativas) e atitude artística — tal como o próprio fez no início da carreira.

  • A experiência de Jorge Lee com bandas de vanguarda e estilos alternativos inspira programas curriculares que valorizam a improvisação, o repertório contemporâneo, bem como as raízes da música portuguesa.

  • A sua presença no panorama da música portuguesa, tanto como intérprete como formador, faz dele referência para os alunos da Interartes que pretendem seguir percursos tanto práticos como criativos.